Justiça determina encerramento de greve dos profissionais da educação de Nova Iguaçu; sindicato vai recorrer
Em resposta a um pedido da prefeitura de Nova Iguaçu, o desembargador Henrique Carlos de Andrade Figueira determinou, por meio de uma medida liminar, que os profissionais da educação do município encerrem a greve iniciada na última segunda-feira, “sob pena de multa de multa de R$500 mil por cada dia de paralisação”, diz a decisão. O magistrado designou ainda uma audiência de conciliação a ser realizada no dia 16 de março.
A prefeitura de Nova Iguaçu entrou com uma “ação declaratória de abusividade de greve” contra o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro. O município alega que a greve foi iniciada com antecedência inferior a 72h após os dois dias de paralisação e sem garantia de percentual mínimo de servidores em atuação “de modo a inviabilizar a prestação de serviços de educação”, diz o pedido.
Os profissionais, no entanto, decidiram pela manutenção da greve em assembleia na noite de ontem e dizem que vão recorrer da decisão.
— Com base em uma análise prévia do departamento jurídico do sindicato, a categoria decidiu que vai recorrer, e que o governo não abriu nenhum canal de diálogo, mesmo sabendo que os estudantes estão em casa por causa da greve, o governo não mostrou nenhuma disposição para resolver essa questão e garantir o retorno dos profissionais — diz uma das diretoras do Sepe Nova Iguaçu, a professora Naira Fois.
A principal reivindicação dos profissionais é em relação ao reajuste salarial. Segundo o sindicato, com o reajuste oferecido pela prefeitura, de 6%, professores do município chegam a receber abaixo do piso salarial nacional, e agentes de desenvolvimento infantil, que trabalham nas creches, recebem abaixo do salário mínimo. A categoria pede ainda a incorporação do abono Fundeb e garantia de melhorias físicas nas escolas, além de concurso público.
Há duas semanas os profissionais da educação de Nova Iguaçu fazem manifestações na sede da prefeitura e na rua onde mora o prefeito Rogério Lisboa (PP). Segundo o sindicato, a adesão dos profissionais à greve foi de aproximadamente 70%. A prefeitura disse, em nota, que foi de 12%. Mesmo com a paralisação, a merenda escolar continua sendo ofertada nas escolas nos turnos da manhã e da tarde. A prefeitura de Nova Iguaçu não respondeu sobre a ação que moveu pedindo a suspensão da greve.
Direção: Jornalista Marcio Carvalho.
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