Policia já identificou motorista de aplicativo que se recusou a transportar candomblecistas, em Caxias

 Um motorista de aplicativo está sendo procurado pela Polícia Civil por ter rejeitado realizar uma viagem de candomblecistas em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, no último sábado (30).

 A empresária Tais da Silva Fraga, que estava acompanhada das duas filhas, de 8 e 13 anos, solicitou a viagem que teria como destino o seu terreiro. Ao chegar ao local, o motorista teria negado o embarque das passageiras, que se encontravam trajadas com as roupas religiosas.

A empresária relatou ao jornal que o motorista da Uber foi extremamente grosseiro com a família, tendo impedido que uma das garotas, que estava quase embarcando, entrasse no carro. Ao ser perguntado sobre o motivo da negativa, o motorista omitiu a resposta.

“Nós sofremos uma grande intolerância religiosa. Solicitamos um Uber para nos levar a um terreiro que fica a cinco minutos da minha residência. Nós estávamos indo para uma cerimônia vestidas com as roupas de santo. Eu, minhas filhas e a minha sogra. Quando o Uber chegou, ele viu a minha sogra, que não estava com a roupa de santo. A única que não estava. Ela já estava embarcando no carro. Quando ela olhou para o lado esquerdo, que era o lado em que nós estávamos, ele se recusou a levar a gente e se recusou a deixar a gente embarcar. Minha filha menor já estava com o pé dentro para o embarque. Foi muito constrangedor. Nós tivemos que sair. Eu perguntei para ele o porquê  dele não querer levar a gente e ele repetiu que não ia levar, que a gente não poderia embarcar no carro dele. Eu solicitei que ele fizesse o cancelamento porque a gente já tinha pago pelo aplicativo no cartão e ele foi extremamente grosseiro. Falou para eu me virar com a Uber, que eu fizesse o cancelamento e arrancou com o carro. Logo em seguida, ele mesmo fez o cancelamento da viagem”, relatou Taís Fraga, complementando que diante do constrangimento suas filhas ficaram com medo de solicitar outro carro para ir ao terreiro. Mas da segunda vez, o desfecho foi favorável.

“Automaticamente entrou um outro motorista que aceitou a viagem, mas eu tive um constrangimento muito grande porque a minha filha não queria embarcar no próximo Uber que aceitou a viagem porque ela ficou com medo dele fazer a mesma coisa, não deixar a gente embarcar e passar por tudo que a gente passou. Nos dias de hoje, é inaceitável uma coisa dessas. É uma crueldade fazer isso, qualquer tipo de preconceito com o ser humano”, desabafou a empresária ao jornal.

A ocorrência, que foi registrada na 59ª DP (Duque de Caxias), será encaminhada à Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi). A polícia apura a localização do motorista. A família deve ser ouvida pela Decradi.

A Uber informou que “não tolera qualquer forma de discriminação. Em casos dessa natureza, a empresa encoraja a denúncia tanto pelo próprio aplicativo quanto às autoridades competentes e se coloca à disposição para colaborar com as investigações, na forma da lei. A conta do motorista parceiro já foi temporariamente desativada, enquanto aguardamos pelas apurações.

A empresa também disse que “busca oferecer opções de mobilidade eficientes e acessíveis a todos. A empresa reafirma o seu compromisso de promover o respeito, igualdade e inclusão para todas as pessoas que utilizam o app”.

Redação: Jornalismo A Voz do Povo.

Direção: Jornalista Marcio Carvalho

Deixe seu comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem

Publicidade