Miliciano Playboy morre após ser baleado em confronto com a Polícia

O miliciano Leandro Xavier da Silva, o Playboy da Curicica, morreu após ser baleado durante uma operação da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), nesta quinta-feira, no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio.

 Além de Playboy, um cúmplice dele também ficou ferido na ação e morreu momentos depois: Ivert Leone Ramos Ferreira é apontado pela polícia como segurança pessoal de Leandro. Os dois chegaram a ser levados para o Hospital municipal Evandro Freire, na Ilha, segundo os agentes.

Por meio de redes sociais, moradores relataram um intenso tiroteio na região. Segundo ele, um helicóptero da Polícia Civil sobrevoou a comunidade durante parte da manhã. Pelo menos dois blindados da corporação também circularam pelas ruas da Maré. Devido à operação, a Clínica da Família Adib Jatene e o Centro Municipal de Saúde Vila do João suspenderam o atendimento.

Ex-aliado de Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, Playboy era investigado pelos crimes de homicídio qualificado, roubo, extorsão, tortura, receptação, formação de milícia e organização criminosa. A quadrilha atua na região de Curicica com cobranças de taxas ilegais de segurança; a exploração do comércio ilegal de gás, de serviços de internet e de TV a cabo clandestinos; transporte irregular de passageiros; além de grilagem de terrenos e venda ilegal de imóveis.

Prisão e fugas

No dia 31 de agosto do ano passado, Playboy foi localizado por policiais civis na Rua Coronel Pedro Correia, em Curicica. Na ocasião, ele dirigia uma caminhonete Amarok. Com o acusado foram apreendidos mais de mil reais, dois celulares, um pendrive e um notebook. Todo material será analisado após liberação judicial.

Em maio do ano passado, ele quase foi preso pela Draco em uma boate na Barra da Tijuca, na Zona Oeste, mas conseguiu escapar. Na ocasião, um policial militar acabou preso. De acordo com os investigadores, o agente fez disparos para auxiliar na fuga de Playboy. Os bandidos atiraram ainda três granadas, que não explodiram, contra os agentes.

Em junho, quando a Draco tentou novamente prender Playboy, cúmplices dele atiraram contra os agentes e um disparo — que não se sabe de onde partiu — atingiu a cabeça da pequena Alice Rocha, de 4 anos, quando ela e a mãe compravam pipoca, em Curicica.

A menina ficou internada durante 40 dias em estado gravíssimo no Hospital municipal Miguel Couto, na Gávea, na Zona Sul do Rio. Ela passou por duas cirurgias na cabeça, uma delas com duração de dez horas, além de ter acompanhamento de diferentes áreas como fisioterapia, pediatria, neurologia e psicologia. Em julho, Alice recebeu alta e se recupera em casa.

Tortura

Leandro Xavier da Silva e outras seis pessoas foram citadas em um processo judicial sobre o crime de tortura contra um homem em 25 de maio do ano passado. O grupo teria invadido um imóvel na Gardênia Azul, também na Zona Oeste do Rio, e levou o morador até a rua, onde foi brutalmente torturado, segundo investigação relatada na ação judicial.

Ainda de acordo com o documento, a sessão de tortura durou 40 minutos, e Playboy desferiu golpes no rosto da vítima, prometendo matar o irmão dela e esquartejar o corpo. Há relatos do uso de armas como barras de ferro e concreto nas agressões. Apesar da denúncia do Ministério Público do Rio (MPRJ), um mandado de prisão contra Playboy foi revogado pela Justiça. O processo continua em curso.

 Redação: Jornalismo A Voz do Povo.

Direção: Jornalista Marcio Carvalho

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