Uma mulher trans foi encontrada morta em casa, no Parque São Vicente, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, na última terça-feira.
A técnica de enfermagem Julia Nicoly Moreira da Silva, de 34 anos, foi esfaqueada e amordaçada. Para parentes, ela — que já tinha sido atacada antes — foi vítima de um crime de ódio.
"O jeito que foi, foi uma crueldade. A gente quer justiça", disse a cunhada, Ingrid, ao Bom Dia Rio, da TV Globo.
Julia trabalhava para a Organização Social (OS) Ideias e dava expediente no Hospital Getúlio Vargas Filho, o Getulinho, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, e no Hospital da Mulher de São João de Meriti, na Baixada. Laura, irmã da técnica de enfermagem, destacou o comprometimento dela com a profissão também em entrevista ao Bom Dia Rio:
Ela era extremamente extrovertida. Trabalhava em ambiente hospitalar, com pessoas doentes, crianças doentes. mas não deixava o ânimo cair. Ela sempre estava animada, ela sempre estava animando, ela sempre estava botando seus pacientes em alto astral, cuidando. Ela amava o que ela fazia (...) Era assim com a família,, com os amigos. (...) A gente está sem chão".
Julia foi encontrada morta por vizinhos. Crianças que brincavam perto da casa dela na terça à noite viram dois homens deixando o imóvel no carro da técnica de enfermagem, estranharam a movimentação e chamaram seus pais. Eles foram à residência e chamaram por Julia. Como ela não respondia, arrombaram a porta e a encontraram com marcas de facadas pelo corpo, principalmente no pescoço, no pulmão e nas costas.
O carro de Julia foi achado nesta quarta-feira, em Belford Roxo. O veículo estava com várias manchas de sangue. Apenas o celular da técnica de enfermagem foi levado — documentos, dinheiro e cartões foram deixados no automóvel.
O corpo de Julia será enterrado nesta quinta-feira (27), ao meio-dia, no Cemitério da Solidão, em Belford Roxo.
Outro ataque
Em julho de 2021, Julia foi esfaqueada por um homem, em casa. Ele foi preso em flagrante e condenado por tentativa de feminicídio por motivo torpe, sem condições de defesa da vítima.
Cerca de um ano após o crime, Julia recebeu uma ameaça que, segundo a família, foi feita por esse homem.
Redação: Jornalismo A Voz do Povo.
Direção: Jornalista Marcio Carvalho
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