Crianças com autismo, paralisia cerebral e sequelas de doenças graves têm tratamento suspenso em clínicas do Rio

Famílias de crianças com autismo, paralisia cerebral, sequelas de doenças graves — como meningite — tiveram o tratamento suspenso pelo plano de saúde Unimed Rio, mesmo com as mensalidades em dia. Elas têm decisões favoráveis da Justiça para ter acesso a terapias perto de casa. Mas, segundo os pais, a Unimed está descredenciando várias clínicas especializadas.

"Estamos nesse sofrimento desde semana passada. Nossos filhos dependem dessas terapias. Eu me emociono porque todos nós aqui precisamos. A minha filha tem uma síndrome rara. Aqui é uma terapia especializada para cada problema de cada criança. [Mas], a Unimed simplesmente resolveu cortar e nós estamos desesperadas essa é a palavra correta", conta a dona de Clésia Campos.

O filho da funcionária pública Shaila Pereira Marques, de 4 anos, tem paralisia cerebral e faz tratamento desde que nasceu. A mãe destaca que não é a primeira vez que o plano não cumpre com as determinações.

Segundo os pais das crianças, foi a própria clínica que avisou sobre a interrupção dos atendimentos. O plano de saúde não explicou o motivo.

"A Unimed está tirando o direito dessas crianças a vida e qualidade de vida. Eu pagava R$ 450. Em janeiro recebi uma carta dizendo que teve um aumento de 200%. Hoje eu pago R$ 1.288,00. Como eu pagando um valor tão alto desse e a Unimed ainda consegue deixar de cumprir sua responsabilidade?", questiona Solange Maciel de Menezes.

Só em um centro de reabilitação especializado em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, mais de 100 crianças fazem o tratamento pelo plano da Unimed Rio. Desde quando houve o corte no repasse para a clínica as salas de atendimento estão vazias.

As famílias têm decisões judiciais para garantir o acesso ao tratamento pelo plano de saúde. Mas, a empresa diz que só vai oferecer atendimento na capital fluminense e em Duque de Caxias.

"É um tratamento especializado e o SUS não fornece. É um tratamento que nem toda clínica fornece, nós ainda temos a proteção de fazer perto da nossa residência.

A dona de casa Elaine da Cruz mora em Japeri, na Baixada, e mesmo com dificuldades para se locomover, trazia a filha Maria Eduarda para tratamento em Nova Iguaçu.

"Através da fisioterapia ela está voltando a fazer tudo o que ela fazia antes, porque com 3 anos ela teve meningite encefálica. Está sendo muito doloroso para mim e para ela, e para todas as mães que estão passando por isso. A Unimed Rio nos deixa nessa situação de constrangimento, humilhação, porque a cada dia que o nosso filho fica sem terapia é uma regressão. Nós ficamos desesperados porque, cada dia perdido de terapia pode acarretar vários danos para os nossos filhos", informa Elaine.     

A Unimed Rio disse apenas que não comenta casos que tramitam na justiça.

 Redação: Jornalismo A Voz do Povo.

Direção: Jornalista Marcio Carvalho

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