Rio planeja criar corredores específicos de motos para reduzir acidentes no Rio

Com base na experiência de São Paulo, a Prefeitura do Rio planeja criar corredores específicos para a circulação de motos na cidade.

 O objetivo é tentar reduzir as ocorrências sobre duas rodas. Dados georreferenciados compilados pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) com base em estatísticas do Corpo de Bombeiros mostram que no período de um ano (maio de 2022 a maio de 2023) foram registrados 23.971 acidentes em que as vítimas precisaram de atendimento médico. Destes, 15.002 — ou cerca de 62,6% — envolveram motociclistas em situações diversas, o equivalente a 41 acidentes por dia ou quase duas ocorrências por hora. O número inclui atropelamentos, quedas e colisões com outros veículos.

Nos próximos dias, o presidente da CET-Rio, Joaquim Dinis, terá uma série de reuniões com técnicos da CET de São Paulo para avaliar como seria essa implantação. As primeiras vias candidatas a receber os corredores são: Linha Amarela, Avenida Ayrton Senna (Barra da Tijuca) e Autoestrada Engenheiro Fernando Mac Dowell (Lagoa-Barra).

Essa solução pode ser aplicada em vias mais extensas, com poucas travessias de pedestres. Não seria uma opção, por exemplo, para vias com muitos cruzamentos e faixas de pedestres, como a Avenida das Américas. Também podem ser adotadas outras medidas para reduzir a velocidade das motos nessas áreas. A intenção é reduzir a quantidade de acidentes, e não transformá-las em freeways para motociclistas — disse Dinis, que ainda não definiu data para iniciar as mudanças.

A implantação das faixas não necessariamente implicaria na redução dos limites das vias. Isso porque para implementar os corredores será necessário diminuir a largura das faixas usadas por carros e ônibus, o que já é uma medida que força o motorista a andar mais devagar.

A Cet-Rio ainda não definiu como seria a sinalização dos corredores. Em São Paulo, as vias com esses corredores têm faixas azuis. Para isso, os engenheiros paulistas precisaram pedir uma autorização especial ao Denatran, já que esse padrão de demarcação não é previsto no Código de Trânsito Brasileiro.

A implantação das faixas não necessariamente implicaria na redução dos limites das vias. Isso porque para implementar os corredores será necessário diminuir a largura das faixas usadas por carros e ônibus, o que já é uma medida que força o motorista a andar mais devagar.

Os corredores paulistas para motos começaram a ser adotados em janeiro de 2022, pela Avenida 23 de Maio. Em outubro do ano passado, o sistema também foi adotado pela Estrada dos Bandeirantes, que serve de acesso para o Aeroporto de Congonhas, a Marginal Pinheiros e as rodovias Anchieta e Imigrantes. Segundo dados divulgados pela CET-SP até junho deste ano, nenhum motoqueiro morreu em acidentes nas duas vias.

Os dados completos do estudo serão detalhados na manhã desta segunda-feira pela Comissão de Segurança Viária do município no seminário Mobilidade Segura, no Centro Cultural Banco do Brasil. A comissão foi criada em julho e reúne vários órgãos da prefeitura e da sociedade civil com o objetivo de propor medidas que possam reduzir os acidentes.

O grupo estuda, por exemplo, a proposta do prefeito Eduardo Paes de reduzir a velocidade na orla ou se caberiam medidas adicionais — sejam melhorias na sinalização ou na operação de trânsito. A proposta do prefeito foi apresentada após o atropelamento, no início do mês, do ator Kayky Brito, na Avenida Lúcio Costa (Barra da Tijuca).

Entre os indicadores que serão apresentados nesta segunda também estarão dados das vias que registram o maior número de atropelamentos por quilômetro. O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, antecipou apenas que a campeã nesse quesito é a Avenida Presidente Vargas (Centro). No total, foram 3.285 ocorrências no período pesquisado.

A SMS tem a coordenação desse grupo. A ideia é que periodicamente a gente divulgue medidas para tentar reduzir as ocorrências de trânsito. Há várias medidas que podem ser adotadas, respeitando as particularidades de cada área, que os especialistas estão analisando Não há uma fórmula. Cada caso é um caso.

Alguns dados que serão apresentados no seminário

7.330 mortos em acidentes de trânsito entre 2013 e 2022

A faixa etária entre 20 a 29 anos concentra o maior número de óbitos: 180

Na série histórica, o ano com maior número de mortes ocorreu em 2014: 1.044

A maior quantidade de acidentes com motos ocorre entre 6 e 8 da manhã

62% dos atropelamentos envolveram carros, e 26%, motos

51% dos acidentes com motociclistas ocorrem em colisões com carros.

  Redação: Jornalismo A Voz do Povo.

Direção: Jornalista Marcio Carvalho

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