Dez policiais militares do 39º BPM (Belford Roxo) foram presos, nesta quinta-feira, durante a Operação Patrinus, realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Segurança Pública do Ministério Público do Rio de Janeiro (GAESP/MPRJ). Nas investigações, os promotores denunciaram os agentes, acusados de cobrarem propina de comerciantes da Baixada Fluminense em troca de segurança ou atenção especial. Se condenados, eles responderão pelo crime de integração em organização criminosa.
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Foram presos e denunciados os policiais:
Em nota, a PMERJ reiterou que "não compactua com desvios de conduta ou crimes praticados por seus integrantes, punindo os responsáveis quando constatados os fatos".
A operação desta quinta contou com apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ) e da Corregedoria da Polícia Militar. Mandados de busca e apreensão também foram cumpridos nos endereços ligados aos PMs.
— A função do GAESP é combater a corrupção das policiais do estado, que é um problema grave e que dificulta a prestação do serviço de segurança pública. O que acontece nesse batalhão não é uma situação pontual, ela merece uma atenção do MPRJ, assim como da PM, que, por meio da corregedoria, esteve presente nessa investigação. O remanejamento (dos agentes) é uma questão interna da corporação, mas eu acredito que nesse caso aparece como algo absolutamente indispensável — afirmou Antonio José Campos Moreira, procurador-geral de Justiça.
Os policiais presos foram encaminhados para a 1ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM) e serão conduzidos depois para a Unidade Prisional da corporação, em Niterói, na Região Metropolitana.
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Propina de "melecas"
Segundo a denúncia, os agentes recebiam propina em forma de semanadas, com valores entre R$ 20 a R$ 300 a depender do tipo de comércio — pontos de mototáxi, farmácias, lotéricas, mercados e depósitos —, entre 2022 e 2024. Os donos desses estabelecimentos eram chamados pelos policiais de "padrinhos".
Com base na quebra de sigilo telefônico, os promotores também descobriram que milicianos da Baixada pagavam para não serem incomodados pelos policiais. As negociações aconteciam diretamente ou por meio de intermediários. Nas conversas interceptadas, revelou-se que os agentes chamavam os milicianos de "melecas".
"Tem um pessoal que, na sexta-feira, eles vão numas paradas aí que eu não vou. Por exemplo, tem um negócio lá de Nova Aurora, que é na padaria lá do... dos melecas lá? Tu não sabe qual é o nome do dono da padaria? O pessoal pega da padaria lá que tem que fazer contato, que é dos melecas. Eu não pego. Quem pega lá é o pessoal do setor (Bravo, do 39ºBPM) aí. Eles pegam a minha parte, dividem entre eles, não sei o que eles fazem não", transcreve a denúncia.
No diálogo, aparecem também orientações de como os agentes deveriam se portar no estabelecimento, priorizando o contato direto com o proprietário:
"Tem que falar com o dono lá. Fala: 'Pô, mano, tô no (setor) Bravo, vim pegar um negócio aí...' . Eu acho que ele agenda um horário contigo um dia, e tu passa e pega. Pelo menos é assim que o moleque fala pra mim que faz".
A denúncia também chama atenção para o fato de os agentes fazerem as cobranças uniformizados, durante o expediente e com uso de viaturas e armamentos, em uma verdadeira "subversão da lógica da segurança pública".
"Portanto, policiais militares, que deveriam proteger a população sem cobrar qualquer valor, recebem, solicitam ou exigem de prestadores de atividades econômicas o pagamento de taxas para, justamente, prover o serviço de segurança, no exercício de suas funções e utilizando-se de viatura, uniforme e armamento da Corporação. Assim, aqueles que pagam são efetivamente destinatários de uma 'atenção especial' dos policiais, o que, evidentemente, demonstra que aqueles que não pagam são prejudicados e devem contar apenas com a sorte".
11 denunciados em julho
Em julho de 2025, o Gaesp já havia denunciado outros 11 policiais militares lotados no 39º BPM, acusados de integrar organização criminosa que também extorquia dinheiro m troca de segurança. Agora, a nova denúncia atinge integrantes de outro setor da mesma unidade, identificados pela investigação como responsáveis por esquema semelhante de cobrança de propina e concessão de tratamento diferenciado a comerciantes e prestadores de serviços da região.
De acordo com a investigação, os lojistas que aderiam ao esquema ilegal eram chamados de "padrinhos". Esses apadrinhados recebiam atenção especial dos policiais militares, que passavam a comparecer aos comércios e guiar as rotas de policiamento ostensivo de forma a privilegiar esses locais. Ainda segundo a denúncia, a atuação criminosa dos PMs era ampla a ponto de, por vezes, estabelecimentos comerciais serem achacados por mais de um grupo de policiais do 39º BPM.
Segurança até para o Detran
Os PMs alvos da operação em julho extorquiam dinheiro de restaurantes, lanchonetes, mercados, lojas, postos de combustíveis, depósitos, farmácias, clínicas, universidades, funerárias, serviços de mototáxi, transporte alternativo, feiras livres, festas populares e até mesmo um posto do Detran. As propinas eram pagas mensalmente.
De acordo com a denúncia, os comerciantes beneficiados pelo esquema eram informalmente chamados de “padrinhos” pelos policiais. Os crimes ocorreram entre 2021 e 2024, período em que os policiais estavam lotados no 39º BPM.
Todos os agentes respondem por organização criminosa, corrupção passiva e peculato, quando um servidor público se utiliza de seu cargo para se apropriar de bens públicos.
Fonte; O Globo.
Fotos: Divulgação/PMBR
Via: Comunicação 2025 de Belford Roxo.
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Redação: Jornalismo A Voz do Povo.
Direção: Jornalista Marcio Carvalho
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