Bolsonaro volta atrás nos discursos de 7 de setembro.

Bolsonaro volta atrás e diz que ataques antidemocráticos ao STF 'decorreram do calor do momento'


Bolsonaro, no entanto, disse que não é do seu interesse manter a harmonia entre os Poderes

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) divulgou, nesta quinta-feira (9), uma carta aberta intitulada "Declaração à Nação" onde recua dos ataques antidemocráticos feitos contra o Supremo Tribunal Federal (STF) durante as celebrações do 7 de Setembro, na última terça-feira. Segundo ele, suas falas "decorreram do calor do momento".

Bolsonaro ainda afirmou que a harmonia entre os três poderes (executivo, legislativo e judiciário) "não é vontade minha, mas determinação constitucional que todos, sem exceção, devem respeitar".


A nota foi divulgada após um encontro de Bolsonaro com o ex-presidente Michel Temer, em Brasília. Na reunião, Temer e Bolsonaro discutiram ainda a paralisação dos caminhoneiros. Em 2018, quando o ex-presidente ainda estava no poder, uma greve da categoria paralisou o país.


Na carta, Jair Bolsonaro cita seus recentes embates com o ministro do STF Alexandre de Moraes. Este foi indicado à vaga no Supremo por Temer.


Segundo a CNN, a carta foi redigida por Michel Temer. A emissora revelou que o ex-presidente disse estava ajudando a pacificar o país. "Até pelo tom da nota ela é de harmonia entre os Poderes. Não fiz mais do que venho fazendo em toda a minha vida pública", disse Temer. 


Os ataques

Na terça-feira (7), em Brasília, Jair Bolsonaro dirigiu seus ataques ao presidente do Supremo, ministro Luiz Fux, e à própria Corte.


À tarde, quando participava do ato na Avenida Paulista, em São Paulo, Bolsonaro pregou desobediência ao ministro Alexandre de Moraes, principal alvo dos manifestantes ali presentes, e o xingou de "canalha".


Alexandre Moraes é desafeto de Bolsonaro desde o início de 2019, quando foi nomeado relator do inquérito que investiga ataques e disseminação de fake news contra o STF e seus ministros.


No instante em que o país se encontra dividido entre instituições é meu dever, como Presidente da República, vir a público para dizer:


1. Nunca tive nenhuma intenção de agredir quaisquer dos Poderes. A harmonia entre eles não é vontade minha, mas determinação constitucional que todos, sem exceção, devem respeitar.


2. Sei que boa parte dessas divergências decorrem de conflitos de entendimento acerca das decisões adotadas pelo Ministro Alexandre de Moraes no âmbito do inquérito das fake news.


3. Mas na vida pública as pessoas que exercem o poder, não têm o direito de "esticar a corda", a ponto de prejudicar a vida dos brasileiros e sua economia.


4. Por isso quero declarar que minhas palavras, por vezes contundentes, decorreram do calor do momento e dos embates que sempre visaram o bem comum.


5. Em que pesem suas qualidades como jurista e professor, existem naturais divergências em algumas decisões do Ministro Alexandre de Moraes.


6. Sendo assim, essas questões devem ser resolvidas por medidas judiciais que serão tomadas de forma a assegurar a observância dos direitos e garantias fundamentais previsto no Art 5º da Constituição Federal.


7. Reitero meu respeito pelas instituições da República, forças motoras que ajudam a governar o país.


8. Democracia é isso: Executivo, Legislativo e Judiciário trabalhando juntos em favor do povo e todos respeitando a Constituição.


9. Sempre estive disposto a manter diálogo permanente com os demais Poderes pela manutenção da harmonia e independência entre eles.


10. Finalmente, quero registrar e agradecer o extraordinário apoio do povo brasileiro, com quem alinho meus princípios e valores, e conduzo os destinos do nosso Brasil.


DEUS, PÁTRIA, FAMÍLIA

 

Redação: Radio e Jornal A Voz do Povo.

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Direção: Jornalista Marcio Carvalho.


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