O número de pessoas desaparecidas na Baixada Fluminense chegou, entre janeiro e novembro de 2022, ao maior patamar desde 2016.
Foram 1.360 registros na região, o equivalente a um caso a cada seis horas, em média, segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP). O dado representa um aumento de 20% em relação ao mesmo período de 2021.
Janeiro e outubro de 2022 foram os meses com mais ocorrências: 146 e 140 desaparecimentos. Em novembro, último mês com dados divulgados pelo ISP, houve 122 pessoas desaparecidas na Baixada.
Segundo especialistas, os casos gerais de desaparecimentos na região podem estar ligados à ainda alta presença de adolescentes e jovens nas periferias com alto índice de vulnerabilidade socioeconômica e até mesmo casos decorrentes de transtornos psiquiátricos sem acompanhamento adequado. No entanto, uma modalidade de desaparecimento chama atenção e recai sobre os dados e registros: os desaparecimentos forçados. É o que explica o coordenador do Fórum Grita Baixada (FGB), Adriano de Araujo, responsável por um estudo que trata dos desaparecimentos forçados na Baixada, desenvolvido junto à Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).
Analisando-se as áreas de atuação das delegacias — denominadas Circunscrições Integradas de Segurança Pública, ou Cisps — fica ainda mais evidente o problema dos desaparecimentos na Baixada Fluminense. Das dez delegacias do estado com mais casos registrados entre janeiro e novembro de 2022, cinco ficam na região. A 54ª DP (Belford Roxo) teve 215 ocorrências, seguida pela 58ª DP (Posse), com 149 desaparecimentos, 64ª DP (Vilar dos Teles), com 148 casos, 59ª DP (Duque de Caxias), com 107 desaparecidos, e 56ª DP (Comendador Soares), com 101 vítimas.
Redação: Jornalismo A Voz do Povo.
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