Tráfico que tomou áreas da milícia no Rio passa a proibir que carros circulem com vidros fechados

Moradores da Gardênia Azul, na Zona Oeste do Rio, afirmam que traficantes do Comando Vermelho passaram recentemente a exigir que motoristas que entram na favela sigam “protocolos”.

De acordo com as denúncias, criminosos só permitem que carros trafeguem nas vielas do bairro com os vidros abaixados, pisca-alerta ligado e a luz do salão acesa. Essas regras são utilizadas em todas as favelas sob o jugo do Comando Vermelho.

Caso isso não seja feito, esses condutores poderão ser punidos.

Setores de inteligência da Polícia Civil e da Polícia Militar investigam uma guerra entre traficantes e milicianos na Zona Oeste do Rio. Nos seis meses, o Comando Vermelho invadiu Muzema e Gardênia e vem tentando tomar o controle de Rio das Pedras.

Milicianos que perderam espaço para o tráfico estão executando usuários de drogas e deixando os corpos em áreas de onde foram expulsos para tentar incriminar traficantes. A TV Globo apurou que, entre domingo (4) e quarta-feira (7), quatro corpos foram encontrados na Gardênia Azul.

A Gardênia fica na Grande Jacarepaguá, região que há seis meses vive intensas disputas entre traficantes e milicianos — e a mesma do Bateau Mouche, onde um blindado da PM foi destruído nesta quarta-feira (7).

Tanto Gardênia Azul quanto o Bateau Mouche são áreas que o Comando Vermelho tomou da milícia. O grupo paramilitar que dominava essas comunidades estão concentrados em Rio das Pedras, impondo uma exploração cada vez mais cruel — e à margem do Estado.

Comerciantes denunciam que estão sendo obrigados a pagar taxas cada vez maiores a milicianos, como mostrou o RJ2.

A imposição tem um único objetivo: arrumar mais dinheiro para financiar as disputas e invasões.

Nos últimos meses, os preços explodiram para os comerciantes:

a cartela de ovo que antes custava R$ 12 agora chega a R$ 25;

o saco de 3 kg de carvão passou de R$ 8 para R$ 15;

o galão de água mineral, de R$ 8 para R$ 14.

Mais um assassinato na Gardênia

Na noite desta quarta, um homem identificado apenas como LC, que faria parte do tráfico de drogas na comunidade, foi assassinado a tiros dentro da Gardênia.

De acordo com moradores da região, LC teria sido um dos responsáveis pela invasão da comunidade e que participou de diversas execuções na guerra contra os milicianos pelo controle do local.

Um dos paramilitares mortos por LC seria o cabo da Polícia Militar Anderson Gonçalves de Oliveira, conhecido como Andinho Polícia, executado a tiros em fevereiro no condomínio onde morava, no Anil, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio.

A Polícia Militar chegou a ser acionada até a Avenida Isabel Domingues, mas encontrou LC com as marcas de tiros. A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) investiga mais esse caso.

Redação: Jornalismo A Voz do Povo.

Direção: Jornalista Marcio Carvalho

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