Operação em 5 estados mira furto de combustível.

A Polícia Civil do RJ e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) iniciaram nesta quarta-feira (26), em 5 estados, a Operação Exagogi, contra o furto de combustível através da perfuração de dutos da Transpetro.

Agentes saíram para cumprir 47 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e Paraná, expedidos pela 1ª Vara Especializada do Tribunal de Justiça do RJ.

Um dos alvos é um policial militar do 32º BPM (Macaé), apontado como o braço armado da quadrilha. Anderson Cordeiro Machado foi detido administrativamente.

O MPRJ denunciou à Justiça 27 pessoas por furto qualificado, organização criminosa e corrupção. A operação também visa a identificar empresas receptadoras que adquiriram o produto desviado clandestinamente.

Roubo rudimentar

Segundo a Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD) e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ), os criminosos compravam pela internet o material necessário para as perfurações nos dutos e usavam instrumentos de qualidade duvidosa, como mangueiras inadequadas. Além disso, pessoas sem especialização realizavam as incisões para retirar o combustível.

A investigação começou em 2019, quando os agentes receberam denúncias e informações de que três caminhões estavam circulando com óleo bruto furtado no bairro Beira da Lagoa, em Quissamã. PMs foram ao local e localizaram duas carretas com o produto. Os motoristas confessaram o crime e informaram a localização do terceiro caminhão.

Segundo a DDSD, a ação criminosa já estava sendo monitorada, e 11 pessoas foram presas. De acordo com os agentes, os caminhões apreendidos armazenavam cerca de 100 mil litros de óleo bruto.

O trabalho de inteligência da delegacia comprovou que a organização criminosa tinha uma hierarquia e divisão de tarefas estruturada. Três pessoas eram apontadas como chefes, sendo que uma cuidava da organização dos motoristas e batedores; outra tratava a logística da derivação clandestina e extração; e a terceira ficava com a parte financeira e organizacional.

A quadrilha também contava com um especialista que auxiliava na instalação da mangueira no duto; aliciadores, que buscavam profissionais que trabalhavam, principalmente, em plataformas de petróleo; soldadores; ajudantes, responsáveis por localizar e preparar o terreno no qual seria realizada a derivação e, também, auxiliar nos engates das mangueiras e nos caminhões; pessoas que forneciam notas fiscais falsas e comercializavam o óleo bruto com receptadores; e fornecedores dos caminhões.

No Rio de Janeiro, os mandados são cumpridos em Sapucaia, Cabo Frio, Macaé, Quissamã, Pinheiral, Bom Jesus do Itabapoana, Carapebus, São João de Meriti, São Gonçalo, São Fidélis, Campos dos Goytacazes e Nova Friburgo, além dos bairros do Centro e Campo Grande, na capital.

Exagogi é o termo em grego para extração.

Em nota, a Transpetro afirmou “ser vítima de ações criminosas de furto de óleo e derivados e colabora com as investigações das autoridades”.

“A Transpetro tem como maior preocupação a segurança das pessoas e do meio ambiente, pois intervenções criminosas nos dutos podem trazer riscos como vazamentos, incêndios e explosões. O transporte de combustíveis por dutos é seguro e eficiente, desde que não ocorram intervenções criminosas”, disse.

“A Transpetro atua constantemente no desenvolvimento de tecnologias que tornem as operações mais seguras e tem aprofundado a articulação com diversos órgãos externos para, de forma integrada, auxiliar no combate a atividades criminosas. A Polícia Cívil e o Ministério Público do Rio de Janeiro têm sido parceiros fundamentais no combate a esse crime. A Transpetro agradece esse apoio”, prosseguiu.

“A companhia também reforça a importância da colaboração e do engajamento dos moradores vizinhos aos dutos. Eles podem denunciar por meio do telefone 168, caso identifiquem qualquer movimentação suspeita na faixa de dutos. A ligação é grátis e o telefone funciona 24 horas por dia, sete dias por semana.”

 Redação: Jornalismo A Voz do Povo.

Direção: Jornalista Marcio Carvalho

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